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INTOLERÂNCIA RELIGIOSA: UM MAL QUE ATINGE A TODOS

O Brasil é um País de dimensões continentais. Da mesma forma, sua pluralidade deveria ser, na prática, motivo de orgulho para todos. No entanto, muitos casos de intolerância religiosa têm transformado essa diversidade em algo capaz de destruir a autoestima de um povo, além de ameaçar parte da cultura da nação. Concorda-se que é um território formado por índios, brancos, negros e muitas outras raças e etnias. E cada um trouxe sua história, sua cultura e seus costumes. Contudo, há fatores extremamente relevantes para que se pense a respeito da discriminação contra qualquer religião. Para ser ter ideia, desde 2008, a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) tem realizado trabalhos pelo fim desse tipo de crime, seja contra qualquer tipo de segmento religioso, defendendo, inclusive, os cidadãos que optam por não ter fé. Mas tudo isso iniciou quando traficantes convertidos dentro de presídios a segmentos neopentecostais ordenaram as expulsões de religiosos de matriz africana, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. À época, fiéis da Umbanda e do Candomblé foram às escadarias da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj)pedir atenção das autoridades para o caso. Sem respostas, resolveram seguir a brilhante ideia do atual interlocutor do grupo: babalawo Ivanir dos Santos: criaram a Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa. O evento acontece sempre aos terceiros domingos de setembro, em Copacabana, a partir das 11h. Em 2014, já em sua sétima edição, os cidadãos marcharão na Avenida Atlântica dia 21. São umbandistas, candomblecistas, católicos, wiccans, evangélicos, budistas, ateus e agnósticos, judeus, muçulmanos, seguidores do Santo Daime, Bahá’ís, ciganos, indígenas, espíritas, entre outras denominações. Inicialmente, parecia que muitos não entendiam a intenção da Caminhada, pois não se tratava de algo para defender as religiões afro, mas, sim, um direito de todo cidadão: liberdade. Dessa forma, quem conhece adere de forma contemplativa, alegre e muito consciente. Este é um exemplo de que o Brasil é capaz de conviver bem, e muito bem, com os diferentes. Nos dois últimos meses, o Brasil acompanhou por toda a imprensa a negação de retirada urgente de vídeos que depreciam os sagrados da Umbanda e do Candomblé. Foi um pedido do Ministério Público, atendendo uma denúncia da Associação Nacional de Mídia Afro (ANMA). O juiz Eugênio Rosa de Araújo, primeiramente, declarou não considerar os segmentos religiões. Descreveu que não tinham um livro que as orientasse, á exemplo da Bíblia e Corão, e defendeu a permanência das imagens no YouTube justificando a liberdade de expressão. O caso foi tão grave que a CCIR pediu audiência com o presidente do Tribunal Regional Federal (TRF), Sérgio Schawaitzer. Para a imprensa que acompanhava tudo por mais de uma semana, outra surpresa: o interlocutor entregou ao desembargador uma carta de um familiar que contava ter uma sobrinha do Candomblé que foi maltratada numa instituição de ensino pública, no município de Belford Roxo, por uma professora evangélica, que, baseada nas justificativas do juiz, disse para a adolescente que sua religião era ilegal. Mas, infelizmente, casos como estes não são isolados. E, por isso, a CCIR defende a implementação da Lei 10.639/03 (institui os ensinos das histórias da África e da Cultura Afro-Brasileira nas escolas do País) e a formulação de um Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A importância da participação de cada brasileiro nesta caminhada representa a preocupação com a liberdade de todos. Ninguém tem o direito de falar que uma religião é melhor que outra e, também, de anarquizar os que escolhem não acreditar em alguma coisa. Por isso, ainda há bastante tempo para pesquisar e se preparar para a Sétima Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa. Se quiser mais informações, é só visitar a página WWW.ccir.org.br.

Texto: Ricardo Rubim

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